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A jornalista Maria Lucia Rangel se entregou a jornais, revistas, entrevistas, cartas e bilhetes para escolher 150 frases de Vinicius de Moraes, para o livro “Vinicius por Vinicius” (Cia. das Letras), com lançamento presencial nessa quinta (13/10), na livraria Janela, no Jardim Botânico. “Vinicius já era muito amigo de meu pai quando o conheci. Cursaram Direito juntos e partilhavam o gosto pela literatura francesa, música brasileira, jazz e uísque. Com especial ênfase pelo uísque, quase certamente o motivo de não terem levado adiante o projeto de uma enciclopédia da música popular assinada pelos dois. Foi em Petrópolis, na antiga Confeitaria Copacabana, que conversamos pela primeira vez”, diz a autora.
Teve mesa de conversa da autora com Georgiana de Moraes, filha de Vinicius, num clima bem alegre, sem um minuto de tédio. Outros que estavam lá, que conheceram o poeta, contaram sua história, como Júlia de Moraes, neta de Vinicius, além do jornalista e crítico musical Hugo Sukman e a produtora Guguta Brandão, uma das organizadoras das Diretas Já nos anos 1980.
No livro, Maria Lucia só usou frases, nada de poesias ou letras de músicas, mas uma farta pesquisa com 176 páginas que são um retrato da personalidade de um dos maiores nomes da cultura brasileira, sobre vários temas: amor, paixão, sexo, casamento, divórcio, família, amizade, parceria, música, poesia, literatura, cinema, artes, Brasil, política e identidade nacional.
Aqui, algumas frases:
- Gostaria de começar tudo de novo – ou melhor; de tudo pudesse começar de novo, gostaria que fosse da mesma maneira, apesar de eu ter sofrido muito quando era rapazinho. (Carta para a mãe, Lydia de Moraes, Los Angeles, 17.02.1950)
- Se a felicidade existe, eu só sou feliz enquanto me queimo e quando a pessoa se queima não é feliz. A própria felicidade é dolorosa. (Murais de Vinicius e outros perfis, Paulo Mendes Campos.
- A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. (Murais de Vinicius e outros perfis, Paulo Mendes Campos)
- Preciso de fato voltar ao Rio. Não é um problema material, de dinheiro, ou de status profissional. Tudo isso é recuperável. É um problema de amor, pois o tempo do amor é que é irrecuperável. (Carta ao Ministério das Relações Exteriores pedindo transferência de Montevidéu para o Rio de Janeiro. O Poeta da Paixão, José Castelo.
- O difícil é separar. Casar é facílimo. (Última entrevista para Narceu de Almeida, Ele e Ela, 1980
- Só sou ciumento fisicamente, é o ciúme de bicho, não tenho outro. (Entrevista para Clarice Lispector, revista Manchete, 01.1969)
- Hoje eu estou feliz o mais que posso ser. Não preciso de uma mulher ao meu lado para amar, nem da presença de vocês para conseguir caminhar. Sou feliz por mim, pelo que a minha alma tem de generoso e o meu coração de genial. Sou a própria música e a própria poesia. Vinicius, Vinicius, guarda-te! – o sofrimento espera…” (Carta para Lucio Cardoso, Itatiaia, provavelmente 1936)
- Ser poeta é viver três doses acima. (Parodiando Humphrey Bogart, para quem a humanidade está sempre três doses abaixo. O Poeta da Paixão, de José Castelo)
- Nunca vi boa amizade nascer em leiteria. (Murais de Vinicius e outros perfis, Paulo Mendes Campos)