Mesmo com tanta cultura em volta, o principal assunto na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), nesta sexta (12/07), é sobre Luiz Schwarcz, presidente da Companhia das Letras (maior editora brasileira) ter dado um soco num homem que o abordou, pouco antes da mesa “Angico”, com as escritoras Ayelet Gundar-Goshen e Ayòbámi Adébáyò, que teve mediação de Lilia M. Schwarcz, sua mulher.
Schwarcz assim se retratou em nota no blog da Companhia das Letras: “Um senhor me abordou e passou a me agredir verbalmente, pois — segundo ele —, no lançamento do livro ‘Grande Sertão: Veredas’, em São Paulo (09/04), eu teria me recusado a entregar o livro de sua mulher ao escritor Mia Couto. Na minha lembrança, esse senhor desejava entregar pessoalmente e, mesmo que essa lembrança esteja errada, nunca entrego pessoalmente livros a autores estrangeiros, sempre indicando quem pode fazê-lo na editora.”
E continua: “Depois de repetir diversas vezes os xingamentos, a mesma pessoa começou a discorrer que sabia que eu sofro de depressão. Neste momento, justamente por ser portador de depressão bipolar leve, não controlei meus sentimentos perante a agressão e o assédio e disse que teríamos que resolver aquele assunto imediatamente”. E finaliza: “Presto este esclarecimento, abrindo detalhes íntimos do meu temperamento, para pedir desculpas à Flip, que faz parte dos orgulhos de minha vida, e ao público. Estou triste com a minha falta de controle e optei por expressar no blog da editora esse sentimento”.
Amiga da coluna comenta: “A reatividade é a coisa mais negativa do mundo, mas quem não está sujeito a ela?”