O Museu de Arte Moderna do Rio (MAM) vai inaugurar, neste sábado (14/03), a mostra “Irmãos Campana — 35 Revoluções”, a maior já feita pela dupla Fernando e Humberto Campana, com curadoria da italiana Francesca Alfano Miglietti. São projetos inéditos e instalações emprestadas especialmente para o museu carioca, além da seleção de peças de design e esculturas, a exposição comemora os 35 anos de carreira e, nessa quinta (12/03), teve uma prévia para convidados, com visita guiada.
É a primeira grande exposição da nova gestão do MAM, desde janeiro dirigido por Fábio Szwarcwald. “O trabalho dos Campana reúne valores de sustentabilidade e responsabilidade social, que correspondem às novas diretrizes que pretendo implementar no museu”, diz Fábio.
A dupla participou ativamente da montagem durante toda a semana, ocupando 1,8 mil metros quadrados do segundo andar do prédio. O impacto do visitante começa logo na entrada, com uma parede com mais ou menos 1,6 mil tijolos terracota vazados em formato de mão aberta, acompanhados da mensagem “pare com isso”, alerta sobre o desastre ambiental em Mariana (MG), em 2015. “Fechamos toda a parte interna da sala porque não dá pra concorrer com a beleza do Rio. E criamos um ambiente de imersão que, além de ser Barroco, conta histórias e mostra as nossas raízes”, diz Humberto.
O efeito cênico foi feito em colaboração com a Spectaculu Escola de Arte e Tecnologia, ONG criada por Gringo Cardia e Marisa Orth. Pontuando todas as obras, está mais de uma centena de torres recobertas por palha de piaçava, como troncos de uma floresta em alusão à questão ambiental, segundo Fernando, “a mensagem é: ‘Olha, vamos plantar árvores, não vamos destruir’.
Mas o sucesso entre os convidados foram as peças de design, como os famosos sofás e cadeiras, entre eles o “Sofá Boa”, feito em veludo com tubos entrelaçados preenchidos com poliuretano e penas de pato. O povo estava doido pra se jogar, e não podia. “O design fala do cotidiano das pessoas, e o móvel é um personagem dentro de uma casa. A pessoa tem uma relação com ele, um diálogo, nem que seja visual”, explica Fernando.