Recém-chegados dos EUA, onde “Histórias Íntimas” conquistou o prêmio de melhor documentário no 7º Los Angeles Brazilian Film Festival, os diretores Julio Lellis e Breno Pressurno começam, agora, a batalha pela distribuição do filme baseado no livro da historiadora Mary del Priori. Ele conta a história da sexualidade no país desde os tempos do Brasil Colônia, com um enfoque especial sobre as dificuldades femininas diante da sociedade machista.
Totalmente bancado pelos dois diretores e o roteirista e editor André Damin, o filme, que custou pouco mais de R$ 100 mil – todos os atores trabalharam sem cobrar cachê – não tem, ainda, destino algum nas salas comerciais do país. E isso apesar de ter recebido críticas elogiosas como a da atriz, sexóloga e escritora americana Robin Menken e do diretor de fotografia Afonso Beato, que apoiou os autores, dizendo: “Parabéns pela ousadia, é um belíssimo filme”.
“Histórias Íntimas” intercala cenas de ficção, interpretadas por Cristina Prochaska, Naddia e Thalita Lippi, Odonne Monteiro, Sônia Clara, Valéria Monteiro e Luciano Szafir com depoimentos de Marília Pêra, Lucélia Santos, Nélida Piñon, Lucinha Araújo e Ivan Lins.
O cantor e compositor, aliás, diz, no filme, que músicas como “Começar de novo”, “Bilhete” e “Vitoriosa” falavam o que as mulheres da década de 80 precisavam ouvir e ajudaram essas mulheres a ser algo mais do que pagens dos seus maridos. ‘Durante muitos anos os maridos ficaram com raiva de mim”, declara Ivan no filme. “Dei voz a uma parte dessas mulheres que queria dizer ‘Basta! Quero uma coisa a mais na minha vida!”’.