Dois quadros do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, controlador do Banco Santos, foram devolvidos, nesta terça-feira, ao Governo brasileiro pelo procurador do Distrito de Nova York, Preet Bharara, e ficarão expostos no Museu de Arte Contemporânea (MAC) de São Paulo. É a primeira vez que autoridades brasileiras conseguem repatriar obras de arte obtidas a partir de crimes financeiros. “Figures Dans Une Structure”, de Joaquín Torres García, e “Modern Painting with Yellow Interweave”, de Roy Lichtenstein, são avaliadas em US$ 550 mil e US$ 3,5 milhões, respectivamente, e foram apreendidas pelo Governo americano a partir de um pedido feito pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça, no início de 2008. O caso começou em março de 2005, com a instauração de um inquérito da Polícia Federal para investigar eventuais crimes cometidos pelos administradores do Banco Santos. Pedro Abramovay, secretário Nacional de Justiça, fala da recuperação: “Quem quiser lavar dinheiro, mesmo que seja por meio das artes, terá a certeza de que o Brasil tem instituições fortes, prontas para combater esse tipo de crime”, disse Abramovay. Segundo Preet Bharara, outros três trabalhos foram apreendidos e aguardam o procedimento legal para repatriação. Um deles é “Hannibal”, de Jean Michel Basquiat, avaliado em aproximadamente US$ 8 milhões.