Enquanto alguns fazem questão de denegrir a imagem do Rio, outros lutam pelos espaços públicos com garra, assim como Gê Buffara, à frente do Instituto Bees of Love, em mais uma ação pela cidade. Nessa terça (03/12), a empresária lotou as cadeiras do Theatro Municipal para o “Vamos abrir as cortinas para mais uma grande emoção”, o primeiro evento para arrecadar dinheiro e devolver a cortina ao palco mais clássico e famoso do Rio, que está em falta desde 2015. Para isso, é preciso R$ 790 mil, como publicamos aqui.
O total arrecadado ainda não foi divulgado. “A cortina, removida para fazer reparos, foi para a central técnica de Inhaúma. Ali houve uma grande enchente na ocasião e foi completamente danificada. Hoje estamos funcionando no improviso, com uma rotunda e uma vara para fechar entre uma cena e outra”, conta Marcelo Misailides, diretor artístico do evento. “Quero que as pessoas saiam do sofá e comecem a ajudar o Rio. Não podemos esperar os governantes. O primeiro passo foi dado, agora é conseguir algum patrocinador para abraçar a ideia e completar o valor”, diz Buffara, que começou a preparar a noite há apenas dois meses. “Pulei no abismo, mas fui resgatada por um tapete voador. Todos os artistas doaram seus cachês e tempo, uma doação conjunta. Foi demais”.
Como mestres de cerimônia, a bailarina Ana Botafogo e o ator Tony Ramos, que apresentaram a programação de duas horas, que incluiu coro, orquestra e balé com regência do maestro Ira Levin, coral infantil da UFRJ, Carlinhos de Jesus, Cia. Deborah Colker, a primeira apresentação inédita do Coral Bees of Love, e por aí vai. A música popular apareceu em forma de samba, na voz de Neguinho da Beija-Flor com coreografia de Carlinhos de Jesus e do ator Nelson Freitas vestidos de gari — um de diretoria, outro na presidência, como numa escola de samba. Teve também MPB com Celso Fonseca.
Sabendo que a espera para esse tipo de evento é longa, a empresária Priscilla Levinsohn, uma das “abelhas do amor”, se preveniu: levou seu gin tônica e baldinho de gelo. Outras preferiram fazer orações. De um jeito ou de outro, o importante é o gesto. É ou não é?