Crítico de vinhos mais conhecido da América Latina, o chileno Patricio Tapia acaba de passar pela Serra Gaúcha, onde fez uma avaliação de 150 espumantes brasileiros em dois dias. Desses, 25 rótulos foram muito bem avaliados, acima de 90 pontos. Em consequência disso, a próxima edição do “Descorchados”, livro de Tapia que circula nos EUA, Canadá, México, China, Chile, Argentina, Brasil e Uruguai, vai incluir uma seleção das borbulhas brasileiras. A publicação é referência como consulta: no Canadá é usado pelo monopólio estatal que compra vinhos e espumantes do mundo todo.
“Seis espumantes se destacaram muito, são realmente excepcionais”, diz ele. “Fiquei impressionado com o trabalho da Casa Valduga, que mostra consistência, e da Geisse. E vi bons ensaios na Perini e na Miolo”, acrescenta. “Os espumantes brasileiros têm personalidade, só se pode elaborar aqui. Esta identidade, sentido de lugar, é fundamental no mundo dos vinhos. Especialmente os espumantes com as castas chardonnay e pinot noir, que saem bem diferentes de quaisquer outros pelo mundo.”
O crítico e jornalista também visitou oito vinícolas da Serra Gaúcha, mas já não se animou tanto assim: “Senti que há uma grande diferença de qualidade entre os espumantes e os vinhos tranquilos. É nos espumantes onde se concentra toda a potencialidade do Brasil”, observa. Entre os vinhos, o crítico viu futuro nos rótulos com as uvas sauvignon blanc, pinot noir e cabernet franc.
Lú,
Há muito que eu, como gaúcho, aprecio nossos espumantes.
A verdadeira vocação da uva gaúcha é este tipo de vinho.
Não sei se o Patrício degustou o espumante da Peterlongo, é simplesmente divino.
Comparado a outros mundo a fora, que já tomei, tipo Mumm – De Cramant; Pol Roger – Blanc de Blanc ou mesmo um Tarlant – Cuvée Louis, não perdemos em nada.
Temos que valorizar o que é bom, o nosso espumante é realmente muito bom.
Já, com relação ao vinho, temos evoluído muito, nossos riesling, cabernet, pinot, estão chegando lá, mas nossa vocação é o espumante, com certeza.
Att.,
Riva.