O Saci da Rua Uruguaiana às vezes muda de endereço. Nessa quinta (22/9), quando esteve na Gávea, foi sacaneado e elogiado por estar usando vermelho — em época de polarização, até uma inocente figura de folclore vira política. Porém, independentemente das cores de qualquer partido, o maranhense Erinaldo Cardoso Lima, de 50 anos, sempre usa esse tom, a cor do Saci do nosso folclore.
A estátua viva mais popular do Rio não deve temer ser agredido na Internet: “Não estar em rede social é a maior libertação que uma pessoa pode ter na vida. Devo ser o único artista do mundo que não tem uma conta”, diz ele, sem perder o equilíbrio. Ainda assim, sua renda pós-pandemia e a alta na inflação fizeram cair as gorjetas em mais ou menos 40%, mesmo dando palestras de motivação para amputados.
Erinaldo pode estar em qualquer lugar, fazendo palestras, apresentações em escolas, aberturas de baile funk e peças teatrais, como em 2015, quando participou do show “Pedaço duma asa”, de Mariana Aydar, interpretando o seu Saci, de olhos saltados, cachimbo na boca e carapuça vermelha.