Há quem diga que Domingos de Oliveira pensava na Arte até antes de si mesmo. O autor, ator, dramaturgo e diretor, que morreu neste sábado (23/03), em casa, no Leblon, depois de sentir-se mal, era libriano, carioca. Entre suas qualidades, tinha a de enxergar o melhor de cada um: “Ao contrário do que vemos por aí, Domingos, tão autêntico, sempre falava coisas boas das pessoas”, diz Dedina Bernardelli, atriz que tem inúmeros trabalhos com ele e com sua mulher, Priscilla Rozenbaum, a agora viúva. Domingos e Priscilla viveram uma grande história de amor por 38 anos, maior até do que todas que ele escreveu para a ficção.
Domingos deixa mais de 120 obras no teatro, no cinema e na TV. Seguiu trabalhando normalmente, mesmo depois do mal de Parkinson, descoberto há mais ou menos 20 anos; atualmente, estava dirigindo “Mulheres de 50” para o Canal Brasil, série em 10 episódios. Coordenava também um novo projeto, o “Todo mundo ainda tem problemas sexuais”, já encenado no teatro em 2008, desta vez para o cinema, com sua assistente Renata Paschoal. É um momento muito triste para toda a classe artística quando parte alguém que vê a vida com tanta sensibilidade, está subentendido. O velório acontece, ainda neste sábado, no Planetário da Gávea, um dos seus lugares mais queridos no Rio.