Como já publicamos aqui, através de denúncias do biólogo Mario Moscatelli, a situação da mortandade de animais nas lagoas do Rio se repete, tanto de capivaras quanto de jacarés e caças a caranguejos em época de reprodução. “Eu, praticamente, já exauri a minha análise cultural e antropológica sobre o comportamento nacional, em que a palavra prevenção é considerada uma blasfêmia punível com processo. Só no Brasil, prevenir é pior do que xingar a mãe de alguém. A situação é recorrente — o Ricardo (Freitas Filho, fundador do Instituto Jacaré) cansa de informar a situação, e progressivamente vamos tendo a perda de uma espécie que deu nome à região, pela quantidade que sempre existiu ali”, diz Mario.
O desabafo vem depois de encontrarem, no sistema lagunar de Jacarepaguá, oito carcaças, algumas com marcas de tiros e outras com anzóis. “Eu recupero as margens, supervisiono junto com a Iguá (concessionária), denuncio problemas ambientais que identifico, mas cabe ao poder público fazer a sua parte. Tenho solicitado uma guarda ambiental no sistema lagunar, porque é uma área grande, com inúmeros condomínios, uma vulnerabilidade de segurança gigantesca. Essa guarda poderia funcionar tanto para a segurança dos animais quanto dos seres humanos nas lagoas da Tijuca, Camorim, Jacarepaguá e Marapendi. O trabalho de fiscalização é bem-vindo, mas precisa ser permanente”, diz ele.
Mario acredita que, tanto Prefeitura quanto o governo do Estado devem criar uma Guarda Ambiental Lagunar: “Uma embarcação com três homens navegando diariamente e, eventualmente, à noite. Rapidinho esse problema se controla. Não é preciso fazer grupo de trabalho, comissão disso ou daquilo, apenas operacionalizar barco de alumínio, motor de popa 30 HP, gasolina e três homens e trabalho permanente. Pronto!”, explicou ele à coluna e encaminhou a indicação para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.