As exposições pelos cinco anos da Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho, são um momento especial para a arte, pelo olhar de curadores, colecionadores, convidados que lá estiveram nessa quinta (27/04), mas sobretudo pela celebração de uma grande amizade: “A criação do artista popular”, 40 peças da coleção da antropóloga, historiadora e ensaísta carioca Lélia Coelho Frota (1938-2010) e a produção da paulistana Maria Leontina (1917-1984), expoente do Modernismo, é vista em “Gesto em suspensão”. Foram grandes amigas por quase 30 anos. E ainda, no térreo, a “Coleção no seu tempo”, com curadoria do diretor da casa, Lauro Cavalcanti, com trabalhos de Manabu Mabe, Carlos Vergara, Tomie Ohtake, Jorge Guinle Filho e Raul Mourão.
Lélia estava ali representada pelo filho, o escritor João Emanuel Carneiro, cumprimentado à exaustão pela coleção cedida por ele e, ainda, por “Todas as Flores”, a novela que vem pondo todas as audiências em pé. Mas ali não era hora para ficção, digamos assim – era para apreciar a realidade à sua volta.
Segundo consta, quase 500 pessoas passaram pela exposição, que está aberta ao público, de graça! É preciso reconhecer um lugar assim, num país em que o mecenato cultural praticamente não existe.