No clima do Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06), destaca-se o Casca, que tem à frente quatro jovens amigos cariocas fazendo coleta e tratamento de resíduos orgânicos: Nicholas Chamma, formado em Administração e Marketing em Boston (EUA); Joana Willemsens, em Ciências Sociais pela PUC-Rio; Breno Cardoso, em Administração pela PUC-Rio; e Felipe Farme D’Amoed, em Economia e Artes Visuais.
Casca foi lançado pouco antes da pandemia, parou por um período e agora está voltando a toda com a compostagem — reciclagem de lixo orgânico (aquelas cascas de legumes e frutas descartadas) em oito bairros da Zona Sul (Gávea, Leblon, Ipanema, Copacabana, Jardim Botânico, Lagoa, Humaitá e Botafogo). Um funcionário do projeto deixa os baldes vazios nas casas dos clientes e depois passam com seus triciclos adaptados, para pegá-los cheios e levá-los até o centro de compostagem, num terreno no alto da Gávea.
São dois planos: o “Casca grossa”, para famílias que consomem e descartam mais, a R$ 99 por mês, com duas coletas por semana, e o “Casquinha”, para os mais, digamos, econômicos na cozinha, a R$ 69 mensais, com uma coleta por semana. O cliente também recebe um crédito mensal para trocar por produtos de pequenos produtores locais, fortalecendo a economia local, e 1% do lucro mensal da Casca vai para ONGs ou projetos sociais. “Estamos com aproximadamente 100 clientes, mas a expectativa para os próximos meses/anos é crescer. Em dois anos, temos a meta de chegar a 1.000 clientes, entre pessoas físicas e jurídicas. Acredito que, no pós-pandemia e até agora, vivendo este momento, as pessoas estão tendo um pouco mais de consciência e buscando mais informações a respeito de sustentabilidade. A tendência é que esse tipo de prática fique cada vez mais comum — pequenas ações que mudamos no nosso cotidiano já podem fazer uma grande diferença”, diz Nicholas.
Pra você saber: apenas 2% dos resíduos no Rio são reciclados; 47% que vão para os aterros sanitários poderiam ser compostados, ou seja, transformados em adubo rico em nutrientes e livres de químicos. “Os aterros sanitários para onde esses resíduos iriam são sobrecarregados e lotados, além de não fazerem um manejo sustentável. Os resíduos nos aterros acabam emitindo quantidades colossais de metano e outros gases de efeito estufa, que causam danos ao meio ambiente”, completa.