Mais de 500 pessoas passaram pela Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho, com a inauguração de duas exposições inéditas nesse fim de semana, sem vernissage e com 80 pessoas por vez dentro da casa.
No térreo, a mostra “Maria Martins”, com 10 gravuras e documentos doados à instituição pelo casal Heloísa e Carlos Luiz Martins Pereira e Souza, ele sobrinho-neto da artista mineira. Em paralelo, o auditório do instituto exibe “Não esqueça que eu venho dos trópicos”, documentário de Elisa Gomes sobre a vida e a obra de Maria Martins.
A coletiva “A Escolha do Artista na Coleção Roberto Marinho”, montada no segundo piso, reúne trabalhos autorais de artistas do acervo do instituto: Antônio Manuel, Beth Jobim, Cristina Canale, Raul Mourão e Waltércio Caldas. A mostra encerra uma trilogia iniciada em 2018, com múltiplos produzidos por nomes de diferentes gerações, tendo como tema a casa (“10 Contemporâneos”) e o espaço externo (“O jardim”, de 2019).
Raul Mourão, por exemplo, estabeleceu um contraste entre o Brasil idílico do quadro “Flora e fauna brasileira” (1934), de Portinari, com obras da série “The new brazilian flag”, a bandeira do País com um burado no centro, segundo o artista, “é sobre o momento político social do País – um rombo no meio da bandeira de um País pouco republicano. Uma ação artística que subtrai a frase-lema, o azul e as estrelas que representam os estados”.
Nesse vaivém, também foi lançado o livro “Conversas da Casa”, uma coletânea de 30 entrevistas feitas no ano passado por Lauro Cavalcanti, diretor da Casa, durante a quarentena, editados pela jornalista Suzana Velasco, com artistas como Beatriz Milhazes, Carlos Vergara, Paulo Sérgio Duarte, Ângelo Venosa e Regina Silveira.