A Casa Roberto Marinho, nosso oásis da arte, inaugurou a mostra “Angelo Venosa, escultor”, em todas as salas da casa, com 85 trabalhos da produção do artista, morto em 2022, de várias fases. Venosa é a principal referência da escultura da geração de 1980, com carreira de prestígio dentro e fora do Brasil. Um dos convidados, entre os muitos que tiveram ligação profissional ou afetiva com o artista, definiu o clima: “Uma apoteose! Uma celebração! Teve até coro: ‘Angelo! Angelo!’ Festa linda!”
Sara Venosa, a víuva, com os filhos Daniel e Barbara, recebia o público. Quando alguém perguntava como ela estava — porque eles eram um casal muito unido, sempre junto —, ela respondia: “Não sei dizer…”. Mas quem estava do lado sabia: “Foi muito forte, e era como se Angelo estivesse vivo”.
A galerista Nara Roesler veio ao Rio para a exposição. Ela representa Angelo e emprestou seis trabalhos, vindo acompanhada da diretoras da galeria, Rosa Moreira, e Fabíola Ceni, mulher de Daniel Senise (unha e cutícula com Angelo).
Os visitantes ficavam por longos minutos observando as obras, que ocupam 1.200m² da casa. “É uma homenagem a um dos mais relevantes escultores brasileiros, que participou de algumas exposições na Casa Roberto Marinho”, diz o diretor Lauro Cavalcanti, muito amigo do artista. “Ele foi da chamada ‘Geração 80’, mas o fato é que ele foi o único, senão o mais importante, escultor dessa geração. Acho que a exposição correspondeu às expectativas dele, que teria gostado de ver”, analisa Paulo Venancio, o curador, que acompanhou a trajetória do artista desde o início.
Além dos empréstimos de Nara, também vieram peças do MAC, de Niterói, do MAM do Rio e de São Paulo, e de coleções particulares. Angelo nasceu em SP, mas o Rio sempre foi sua paixão — basta olhar para “A Baleia”, que, na realidade, não tem nome, mas parece um esqueleto, exposta na Praia do Leme.