Abre para visitação, nesta sexta (28/02), a exposição dos mais de mil itens do próximo leilão de Roberto e Danielle Haddad, que acontece de 3 a 9 de março. Algumas dessas peças são de Carmen Mayrink Veiga, como um enorme aparelho de jantar de porcelana francesa Samson, do século XIX, decorado ao estilo Cia das Índias, flores em ouro e um brasão ao centro. Ele é feito de 112 pratos rasos, 59 pratos fundos, 54 de sobremesa e 25 peças de servir e vai a leilão com lance mínimo de R$ 15 mil.
“Engraçado que eu tive um aparelho autêntico Cia das Índias, pequeno, e não usei, com medo que os pratos se quebrassem. Esse, comprado no exterior há 50 anos, acabou sendo bastante usado”, conta Carmen. Também vão ao bater do martelo duas colunas salomônicas portuguesas, em madeira patinada do século XVIII, com base decorada com querubins. Elas enfeitavam o imenso salão do apartamento de 800m² na Rui Barbosa no qual Carmen morou até pouco tempo. As colunas, típicas de um palacete, têm lance inicial de R$ 10 mil. Com valor bem mais acessível – os lances podem ser dados a partir de R$ 1,5 mil – também foi colocado no leilão de Haddad um canapé com espaldar de madeira vazada, da segunda metade do século XIX, em estilo pernambucano.
Carmen não está nem um pouco pesarosa pelo fato de estar colocando objetos seus em mais um leilão. “Hoje está tudo difícil, para manter o antigo apartamento eu teria de pagar, só de condomínio, R$ 5 mil”, diz. Com seu humor irônico e habitual, ela acrescenta: “Já está bom para eu morrer, já vivi muito e bem”.