Destaque na última Bienal do Mercosul, a artista visual carioca Anna Costa e Silva inaugura a exposição “Tamagotchi Balé”, no Centro Cultural Hélio Oiticica, no Centro, neste sábado (06/05). Com vídeos, performances, esculturas e instalações, a mostra tem curadoria de Gabriela Davies e trata das relações contemporâneas, as distopias digitais e o fim do erotismo através de um ambiente imersivo e onírico de projeções. Em comum, a virtualização dos afetos. “Essa exposição começa com um sonho que mexeu muito comigo. Era um momento político extremamente sensível, de levante de ideias fascistas e via o papel das redes sociais nesse processo. Observava como todos os nossos afetos e relações passavam agora por big-techs, na mesma medida que nos tornávamos uma mistura de avatares de nós mesmos e de marcas pessoais. As relações afetivas se aproximam cada vez mais de relações de consumo”, diz Anna.
A ideia surgiu em 2018, quando a artista sonhou que estava fazendo um curso de “futuro” para aprender a viver num mundo onde as relações seriam abolidas. “O curta era feito de forma remota, numa tela, o que é bastante assustador se formos considerar a pandemia e a hiperdigitalização do mundo, que aconteceu pouco tempo depois”, reflete.