No Rio, aquele chavão “água é vida” pode ser o contrário. Mais uma vez, vários bairros voltam a reclamar do cheiro e gosto de terra na água da Cedae. Pelos depoimentos ao “Bom dia Rio”, da TV Globo, o fenômeno voltou na segunda (15/03) e, no site da Cedae, o boletim diário de monitoramento de toxinas trazia dados somente até o dia 12.
Perguntado, o biólogo Mario Moscatelli responde: “Pelo visto, a geosmina está de volta: novidade nenhuma, até porque, no último voo pelo projeto ‘OlhoVerde’, há duas semanas, não havia indicação alguma de intervenção física no combate à fonte de toda essa degradação, que são os rios Poços, Ipiranga e Queimados, que, como é de conhecimento público, extravasa esgotos doméstico e industrial no ponto de captação da estação de tratamento de água do Guandu.”
A Cedae enviou um comunicado informando que, nas últimas análises, os valores de geosmina estão baixos e que, apesar disso, continua aplicando carvão ativado para reduzir a concentração dos compostos, e também que aprovou, esta semana, uma ação de remoção de água da lagoa próxima à captação da Estação do Guandu.
Mario continua: “Até o momento, a Cedae ainda não explicou como uma estação de tratamento de água também consegue fazer tratamento de esgoto. Esse é um questionamento público que eu reitero à presidência da estatal – que me explique, do ponto de vista técnico, como uma estação consegue, com seus equipamentos voltados para tratar água, tratar esgoto ou os compostos do lançamento de esgotos doméstico e industrial.”