“A vida não é justa”, uma adaptação do livro da desembargadora Andréa Pachá, comemorou 50 apresentações nesse fim de semana, no Teatro Laura Alvim, em Ipanema. Antes de começar, a noite foi dedicada ao meu, ao seu, ao nosso Jô Soares, que morreu na sexta (05/08).
Muitos elogios a Andréa, que estava por lá, além do produtor da peça, Eduardo Barata, menos o diretor, Tonico Pereira, gravando um filme fora do Rio. Motivo para festejar tem de sobra: “Mais de 200 anos de teatro, se juntarmos a carreira de Dona Léa Garcia, Seu Emiliano Queiroz e Tonico Pereira. É um belo recorte das artes e da cultura de nosso País”, comenta Barata. “É muito difícil encontrar bons personagens para um ator da minha idade”, diz Emiliano, de 86 anos. Léa, de 89 anos, interpreta três personagens, uma delas comete adultério virtual — “Me questionei, afinal, sou uma senhora, mas sou uma atriz. E aceitei fazer a personagem ‘Molhadinha25’”.
A inspiração para o livro surgiu depois de 18 mil audiências e uma sentença: “A vida não é justa”, lançado em 2012. “A gente pode viver grandes guerras, pode viver grandes hecatombes, mas no final o que define a nossa vida são essas pequenas questões que acontecem entre o nascimento e a morte. Como é que a gente ama, como é que a gente se relaciona, como é que a gente lida com a perda? Essas questões são as questões que nos interessam como humanidade, interessam para o teatro. E é por isso que conflitos, aparentemente tão banais, acabam despertando tanto interesse, porque eles falam de quem nós somos”, diz Pachá.
A peça fica em cartaz até 21 de agosto.