O centenário de Clarice Lispector, comemorado virtualmente de muitas maneiras em 2020, o ano que começou a pandemia, teve alguns projetos adiados, que agora estão aí. Um deles é o lançamento do single “Água Viva”, interpretado por Maria Bethânia — lendo trechos de um dos romances mais famosos de Clarice —, com lançamento nesta sexta (06/05), como parte do projeto “Clarice Clarão”, do Selo Sesc. Os cantores Beatriz Azevedo e Moreno Veloso, sobrinho de Bethânia, assinam a produção musical, com composições próprias e de outros artistas.
O “Clarice Clarão” surgiu de um convite da Princeton University para celebrar os 100 anos da escritora em 2020. À época, Beatriz Azevedo criou o espetáculo “Now Clarice”, interpretando, com Moreno, canções originais e trechos da obra da escritora, com participação de Jaques Morelenbaum e Marcelo Costa. As pinturas e desenhos que compõem o projeto visual do álbum e as capas dos singles são assinados pela filósofa Márcia Tiburi.
O segundo é a exposição “Constelação Clarice”, que fez temporada em SP e chega ao Instituto Moreira Salles dia 21 de maio, com trabalhos de 26 artistas visuais mulheres, da mesma época de Clarice, entre as décadas de 1940 e 1970. Têm trabalhos de Maria Martins, Mira Schendel, Fayga Ostrower, Lygia Clark, Letícia Parente, Djanira e Celeida Tostes, e mais outras. E também 18 pinturas de autoria da própria escritora, produzidas entre 1975 e 1976, sem pretensão profissional.
A mostra tem aproximadamente 300 itens, entre manuscritos, fotografias, cartas, discos e matérias de imprensa, entre outros documentos do acervo pessoal da autora, com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz, consultor de Literatura do IMS, e da escritora e crítica de arte Verônica Stigger.