E quem é louco em abrir mão da ficção com nossa realidade? Rsrsrs! O povo saiu com a emoção um tom acima da apresentação para convidados do musical “A Cor Púrpura”, nessa segunda (09/09), na Cidade das Artes, na Barra. O espetáculo, que estreou no fim de semana, tem direção de Tadeu Aguiar e texto de Artur Xexéo. São 17 atores, oito músicos e 90 figurinos num palco giratório de 6 metros de diâmetro, com uma escada curva com sistema giratório e iluminação. “A história é universal: fala do ser humano, em especial das mulheres. É imediata a identificação com o momento do País, onde há tantas histórias de opressão às mulheres. O musical é um grande grito de liberdade”, explica Aguiar.
Uma das espectadoras, a jornalista Flávia Oliveira, completava: “Eu acho que todo mundo que ama as artes, ama a liberdade, ama o Rio, deve assistir a esse musical. Fala sobre temas atuais: machismo, opressão, percepção do racismo, violência doméstica e construção da personagem feminina encontrando sua autoestima”.
A história se passa nos anos 20, no sul dos EUA. Nasceu como livro em 1982, de Alice Walker, vencedor do prêmio Pulitzer; em seguida, foi para o telão, com direção de Steven Spielberg (1985). Recebeu 11 indicações ao Oscar, mas não ganhou nada. Segundo a crítica especializada, é o filme mais injustiçado da história da academia americana. Na Broadway, em 2005 e 2016, ganhou dois prêmios Tony e o Grammy de Melhor Álbum de Teatro Musical.