Wanderson Chan, o diretor do curta premonitório que mostra o dançarino DG sendo executado por policiais, o filme “Made in Brazil”, já havia combinado com ele a gravação de um videoclipe, no qual ele iria cantar e dançar. “Ele era um artista completo”, definiu. Havia também um outro projeto de um filme na Região dos Lagos, uma história sobre um homem que perde a mulher, vítima da violência, e parte para investigar o crime sozinho.
Douglas Rafael da Silva Pereira, ou melhor, DG, faria um rapaz que ajudaria o homem a descobrir o assassino. “Não conseguiria ver o DG como bandido”, diz Wanderson, que afirma que o bailarino era muito querido no Pavão-Pavãozinho. “Quando filmei na comunidade achei o lugar bastante seguro, não pela UPP, mas pelo clima de respeito entre as pessoas, era uma grande família. Uma das coisas que Douglas vivia dizendo é que a maioria das pessoas que moram nas favelas é cidadão do bem.” Wanderson, que teve contato com Douglas por telefone ainda na semana passada, não acredita que sua morte tenha sido resultado de alguma queda. “Ele conhecia a favela como a palma da mão, jamais ia subir em algum local para cair”.
Quem também ficou bastante consternado com a morte do rapaz de 26 anos foi Estevão Ciavatta, marido da apresentadora Regina Casé, que comanda o programa Esquenta, no qual Douglas se apresentava. “Menos vaidade, menos ostentação, menos egotrip, menos pequeno poder, menos babação de ovo, menos lobby, menos tiração de onda, menos se achar o cara, menos armas de fogo, por gentileza! Estou profundamente triste com a perda de um amigo”, escreveu numa rede social.