Entre tantas mazelas e reclamações do dia a dia, esta é para quem andava com saudades de uma boa notícia sobre o Rio que dá certo. É a história de superação de uma estudante que recebeu, aos 18 anos, o diagnóstico de um tumor no cérebro. E, de uma hora pra outra, sentiu ameaçados os planos e sonhos de vida. A foto acima é uma dica de como Ana Carina Toucher conseguiu dar a volta por cima.
Tudo aconteceu muito rápido. Em novembro passado, depois de algum tempo sentindo uma dor de cabeça constante, a jovem procurou ajuda médica. Os sintomas já eram mais graves: ela passou a queixar-se de náuseas e vômitos, perda parcial de coordenação motora e dor no pescoço. Moradora de Campo Grande, na zona oeste da cidade, Ana foi encaminhada ao Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, no Centro. Entre a descoberta da doença e a cirurgia para a retirada do tumor, passaram-se apenas 13 dias.
Com o procedimento bem-sucedido, a melhor surpresa veio 10 dias depois. Na primeira consulta de revisão, para a retirada dos pontos da cirurgia, Ana descobriu, no saguão do Instituto, um piano de cauda, que foi doado por um grande admirador de música clássica, o coordenador do setor de Neurocirurgia, Paulo Niemeyer Filho. Nem precisou pensar duas vezes: sentou-se e começar a tocar, com a desenvoltura de sempre. “No dia que entrei no instituto para operar, soube que minha mãe falou para o médico: ‘Minha filha vai ficar boa e vai tocar este piano’”, conta a jovem, comprovando, da melhor maneira, que não ficou com sequelas.
Criado em julho de 2013 para atender pacientes pelo SUS, o Instituto do Cérebro já conseguiu triplicar o número de cirurgias. Agora, a meta é atingir 200 por mês; é a esperança para muitas outras Anas. A nossa jovem pianista retomou os planos: vai cursar Biologia e se casar. “Quando soubemos da notícia da doença, meu mundo caiu”, lembra o namorado, Fabrício, completando: “Agora, criei coragem para fazer o pedido. Eu já a achava linda, agora a admiro ainda mais”.