Uma doença que já foi considerada rara ressurgiu com força no estado do Rio. A esporotricose, transmitida por gatos e que poderia ser facilmente evitada, provoca feridas na pele dos humanos. Até pode ser tratada, mas as marcas ficam para sempre.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez o alerta: nos últimos 15 anos, quatro mil pessoas apresentaram os sintomas da doença, causada pelo fungo Sporothrix schenckii. É um número considerado alto pelos pesquisadores.
O contágio acontece basicamente por dois motivos: cuidados inadequados com a higiene dos gatos e falta de assistência veterinária. A doença costuma ser transmitida por meio de mordidas, arranhões ou outras formas de contato com os animais doentes.
A Fiocruz esclarece que os gatos, esses bichinhos de estimação tão queridos, não devem ser considerados “vilões”, até porque é o meio insalubre que permite a instalação do fungo. Segundo o pesquisador Antonio Carlos Francesconi-do-Valle, é preciso ter “um furo ou uma arranhadura na pele” para sofrer o contágio.
A lesão começa com um pequeno caroço avermelhado, que libera uma secreção e se transforma em ferida, geralmente nos braços, pernas e mãos. A rede pública de saúde dispõe de tratamento para os pacientes, que devem segui-lo por, no mínimo, três meses.
Existem gatos de ‘duas patas’ que podem transmitir mais doenças do que os de quatro patas – se é que vocês me entendem – mas aí é outro assunto!