O Carnaval toma conta do Rio cada vez mais cedo a cada ano que passa! Além dos blocos, que já começam a fazer ensaios e desfiles várias semanas antes da data oficial, o clima tem andado propício também para eventos paralelos. Nos próximos dias, por exemplo, acontecem dois lançamentos de livros ligados ao tema. Nesta quinta (24), às 19h, na Argumento do Leblon, a Réptil Editora apresenta o “Guia de feijoadas das escolas de samba do Rio de Janeiro“. Na terça (29/01), no Bar Ernesto, na Lapa, é a vez de “O Encarnado e o Branco” (Editora NovaTerra), autobiografia do carnavalesco Fernando Pamplona.
Em formato bilíngue, o Guia de Feijoadas vai bem além de ser uma agenda desses concorridos eventos e conta a história social da feijoada. Há depoimentos de gente do meio e cozinheiras, como a famosa Tia Nilda, presidente da ala das baianas na Mocidade Independente de Padre Miguel. As fotografias são de Alex Sant’Anna e os textos, de jornalistas e especialistas, como Augusto Carazza, Nilcemar Nogueira e Luiz Carlos Prestes Filho.
O carnavalesco e cenógrafo Fernando Pamplona conta, em “O Encarnado e o Branco”, sua trajetória entre os anos 60 e 70, quando levou os enredos afro para os desfiles e colocou o Salgueiro no patamar das grandes escolas cariocas. O prefácio é assinado por Sérgio Cabral e o posfácio, por Joãosinho Trinta, morto em 2011, considerado por Fernando, atualmente com 86 anos, o mais talentoso dos seus pupilos. “As mudanças promovidas por ele tinham em vista a preservação dos elementos da cultura negra. Já em 1960, introduziu os atabaques no Salgueiro. Ao substituir por espelhos as lâmpadas usadas nas fantasias dos sambistas, recuperou uma tradição do próprio folclore brasileiro”, afirma Sérgio Cabral em seu texto.