Na colagem, o artista Thiago Molon com os galeristas Ludwig Danielian e Ricardo Kimaid; o grafiteiro Antônio Ton e Duda Feijó /Fotos: Cristina Granato
Thiago Molon inaugurou sua primeira individual, “Saúva”, nesse fim de semana, no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, no Centro. O título é uma analogia da formiga saúva com sua prática artística, já que colhe da rua a informação visual que, no ateliê, se transforma em pintura, escultura e instalação, seguindo uma disciplina diária, no modelo do “trabalho de formiguinha.”
Thiago, formado em Design Gráfico pela PUC-Rio como bolsista, nasceu e foi criado no Vidigal, começando a pintar muros e fachadas aos 13 anos. Sua vivência na favela é que abastece seu repertório visual, ligado ao comércio informal e à natureza de fundo de quintal.
São nove pinturas figurativas a óleo, algumas com cores fortes, como a vendedora de flores de rua; outras, tons pálidos, como o pé de romã que a mãe plantou, mas as formigas não deixam vingar, e o tríptico com insetos de jardim de sua casa, numa paleta vibrante com tons pálidos. Além das telas, as lonas de caminhão costuradas e a lona de barraca de feira como suporte para pintura e escultura.
No texto de apresentação da exposição, o curador Fabrício Faccio diz: “É seu olhar poético para as cenas do cotidiano, para suas memórias familiares e para a infância no Vidigal”.
A mostra acontece depois de coletivas na Europa e uma residência na Domo Damo, em 2023, espaço dirigido por dois franceses na casa de Paulo Mendes da Rocha, na capital paulista.
Entre os amigos e artistas convidados, alguns galeristas bem interessados.