Ao contrário de muitos, Aguinaldo Silva já deixou seu passado pra trás, exatamente onde ele deveria estar. Isso a medir pelo título do livro “Meu passado me perdoa: Memórias de uma vida novelesca”, lançado nessa quinta (18/07), assinado com Nilson Xavier, na Travessa do Shopping Leblon, com algumas das mulheres da sua vida: Susana Vieira e Betty Faria, que fizeram uma conversa com o autor, mediada pelo escritor Mauro Alencar.
Só para citar algumas novelas com Susana, estão “Fera Ferida” (1993), “Senhora do Destino” (2004), em que interpretou Maria do Carmo, eleita pela própria atriz o trabalho mais importante de sua carreira, e “Duas Caras” (2007). Recentemente, ele anunciou que já tem pronta a continuação da minissérie “Cinquentinha” (2008), ganha em 2011: “Lara com Z”, estrelada por Susana. “É a história de uma atriz que, além dos 80 anos, se recusa a ser nada menos que uma estrela… e consegue sê-lo! É ou não é a cara da minha amada Susana Vieira?”, perguntou ele aos seguidores em junho.
Já Betty teve o papel-título da inesquecível “Tieta” (1989), entre tantas outras. “O Aguinaldo me deu de presente tantas mulheres que impactaram a sociedade”, disse a atriz.
Susana, com toda sua espontaneidade: “Hoje, novela é tudo uma confusão: você só sabe que está assistindo à das oito porque é um povo de terra, todos malvestidos. Uma grande bagunça no ar, entre novela e comerciais; de repente, uma cena numa loja de eletrodomésticos. Esse ritmo está deixando a gente estressado. Isso prejudica o trabalho do autor e do ator”.
Aguinaldo, também conhecido por falar o que pensa, relembrou memórias, falou da cultura das novelas e disse que Gilberto Braga (1945-2021) “foi um dos melhores autores que eu conheci; ele deveria ter se tornado imortal da ABL, mas nunca foi cogitado. Fez novelas brilhantes que, se as pessoas quiserem saber como era o Brasil daqui a 50, 20 anos, a resposta vai estar na novela, e não na literatura”.
Fim do bate-papo, Susana sugeriu ao autor que autografasse logo o seu livro antes de descer, porque a fila seria imensa. E, assim, ele fez uma dedicatória especial pra ela, Betty e para a também autora Glória Perez, que estava na primeira fileira.