No momento em que você estiver lendo esta resenha, centenas de cariocas e turistas estarão amontoados em filas de espera por um motivo nobre: 10 de julho é o Dia da Pizza (picea, em latim). A origem é associada à cidade de Nápoles, lugar onde foi fundada a primeira pizzaria do mundo, em 1830. Oitenta anos depois, a primeira pizzaria do Brasil se instalou no Brás, em São Paulo, a meca das redondas no país da feijoada. E, quem diria, hoje nós somos o segundo maior consumidor de pizza do mundo (Margherita é a grande campeã), perdendo apenas para os EUA — razões (e recheios) de sobra para celebrar a data.
De volta ao Rio, Botafogo — sempre ele! — é o endereço das melhores pizzas cariocas, o que não quer dizer que excelentes opções também estão por outros bairros da cidade. Mas não param de surgir novidades e, com isso, premiações, pontuações internacionais e publicações especializadas. Botafogo é a Mooca carioca. Atenção para o que vem a seguir:
Uma das mais recentes pizzarias do bairro, a Officina Local (Arnaldo Quintela 104) é o segundo ponto da marca Locale (Melhor Pizza pelo Rio Show Gastronomia e 28ª no ranking 50 Top Pizza Latin America) que, como sugere o nome, só trabalha com insumos locais, leia-se nacionais. Até a farinha é daqui (Paraná). A casa vai celebrar a data em uma parceria inédita com a cervejaria Three Monkeys, ao pedir uma Classic IPA, a segunda garrafa vai de brinde.
Sobre as pizzas, o sócio e chef pizzaiolo Guilardo dá a visão: “produtos artesanais, frescos e preferencialmente orgânicos. Diferente da grande maioria das pizzarias ao estilo italiano, aqui as estrelas são brasileiras. Farinhas, queijos, embutidos, conservas e até as bebidas são as mais locais possíveis. Dar voz ao pequeno produtor: é isso que faz nosso coração bater mais forte”.
A clássica das clássicas margherita (R$ 48) ganha versão local com um toque de queijo canastra. Molho de tomate da casa, mozzarella fior di latte (Fazenda Vermelha), manjericão assado, parmesão (Paiolzinho), azeite e flor de sal. Quem diz que não é brasileira?
Outra novidade que vem dando o que falar é a Artesanos, considerada “a verdadeira pizza napolitana”, na São João Batista, 26. “Único lugar no Rio de Janeiro onde é possível saborear a mesma pizza servida nas ruas de Nápoles, na Itália”, me garante o chef padeiro e pizzaiolo Ricardo Rocha, no comando da também segunda unidade da marca junto com a mulher Mariana Massena.
A história de Nápoles tem chancela na parede, uma certificação exclusiva na cidade da Associazione Verace Pizza Napoletana (AVPN), certificação concedida apenas a estabelecimentos que mantêm os mais altos padrões de qualidade e autenticidade da tradicional pizza napolitana. O processo é totalmente artesanal e tem exigências que vão desde a elaboração da massa (ali é italiana, claro) até a escolha dos ingredientes e o modo de preparo. Até o molho de tomate vem da Itália.
Para alcançar a textura e o sabor, a pizza é assada entre 60 e 90 segundos em um forno à lenha específico, feito com uma pedra da região do Vesúvio que suporta temperaturas mais elevadas. Uma delas é a Marinara Verace (molho de tomate, lâminas de alho e orégano) – e releituras da casa, como a Calabria Artigianale (R$ 64): linguiça artesanal de porco da raça Duroc. Todas servidas a partir das 18h.
É duro passar na porta do antigo South Ferro (Arnaldo Quintela 23) e imaginar que ali o nissei Sei Shiroma serviu a melhor guioza e o lamen dos mais incríveis da minha existência jornalista. É ótimo passar na porta do antigo South Ferro e ler na placa Ferro e Farinha, a pizzaria mais inovadora que surgiu no Rio nos últimos tempos – no Catete, sobre um carrinho, servindo opções com couve. Na lista das 100 melhores do mundo (9ª posição), a pizzaria ostenta três novos sabores; destaque para a vegana feita com queijo de castanha de caju (R$ 62), caqui (fruta da época) e curry. Ui!!! Tá perdoado, chef Sei.
O Rio no ranking do 50 Top Pizza Latin America:
9. Ferro e Farinha
19. Capricciosa
21. Coltivi
28. Locale Pizza
46. Piccola Fattoria