No domingo (30/06), faz 35 anos sem Abelardo Barbosa, o Chacrinha. O programa Deles & Delas, na TV Max (também Instagram e YouTube), fará um especial abrindo o baú do maior comunicador do Brasil, com apresentação de Letícia Levy e Leleco Barbosa, filho de Chacrinha.
Também na programação, apresentação da gravação de “Chacrinha, o musical”, com Stepan Nercessian no papel do Velho Guerreiro e, logo depois, “Baú do Chacrinha”, com muitos arquivos e vídeos de depoimentos de artistas que frequentaram o programa de auditório, como Lulu Santos, Alceu Valença, Fábio Júnior, Angélica, João Kleber dentre outros.
“Mesmo com tanto tempo da sua partida, meu pai continua balançando a pança e comandando a massa. Nós temos cinco ícones no Brasil: Chacrinha, Pelé, Ayrton Senna, Roberto Carlos e Silvio Santos. Quantas pessoas morrem, e você não ouve nem falar delas? Há mais de três décadas, ele continua aí — toda semana, eu gravo coisas sobre o meu pai. O musical foi um sucesso, e sempre mantemos o nome dele em espetáculos, programas, filmes, séries, exposições nesses anos todos. A maioria dos programas de auditório que existem pegou um pitaco do Chacrinha, todos são imitações. Ele inventou os jurados, as dançarinas de palco… Ele era um gênio da comunicação”, diz Leleco.
Chacrinha tem filme, “Chacrinha: O Velho Guerreiro” (2018), o documentário “Chacrinha – Eu vim para confundir e não para explicar” (2019), e a minissérie “Chacrinha – A série” (2020) – o que o fez um pouco mais conhecido, até pela Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012), que mal conhece os clássicos do rock, como os Beatles, Queen e Elvis Presley.
Perguntado sobre histórias marcantes, Leleco diz: “São muitas, porque eu sempre trabalhei com ele, produzindo junto. Eu era a pessoa que ele ouvia; o resto era tudo puxa-saco. A gente brigava quando discordava; ele ficava dois dias sem falar comigo, mas fazia as pazes, e eu era o único que falava a verdade pra ele. O Abelardo era o cara mais inibido que existia fora do palco. E era uma máquina de trabalho. Uma das nossas brigas era essa sobrecarga, mesmo ele estourando de audiência”, conta Leleco.
E continua: “Ele lançou a música ‘Bota a camisinha, bota meu amor…’, que foi um escândalo há 40 anos, porque ninguém falava em preservativo. Virou música de campanha de prevenção e é uma das marchinhas mais tocadas até hoje. E tem a ‘Maria Sapatão’ (‘Maria Sapatão: de dia é Maria, de noite é João’…), que até hoje o povo canta, entre outras. O musical sempre estava cheio de jovens. O poderio de comunicação dele era incrível, e o povo o adorava. Ele sempre será o maior comunicador do Brasil; a maioria é imitação”.