Roseana Murray com broches bordados em tecido feitos pelo Coletivo Pontos de Luta, valorizando o SUS /Foto: Reprodução
Na quinta (20/06), acontecerá a primeira audiência de julgamento do processo que apura o ataque de três pitbulls à escritora Roseana Murray (que perdeu o braço direito, além de outros terríveis ferimentos), na 2ª Vara da Comarca de Saquarema, na Região dos Lagos. Nessa terça (12/06), ela fez um sarau que lotou o lounge do Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, onde esteve internada, e autografou 300 exemplares do seu novo livro, “O braço mágico”, com a mão esquerda, e leu suas poesias para uma plateia de médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, maqueiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e todos os funcionários.
QuanTo à audiência, ela diz que “nunca manifestei o desejo de vingança. Pedir justiça contra qualquer pessoa seria uma espécie de vingança. Não perdi a orelha como foi dito por aí; ela foi restaurada. Nos últimos dias, recebi uma intimação para fazer o exame de corpo de delito. Sou obrigada a atender ao Poder Judiciário, mas não pedi por isso nem gostaria de ir. Vivo na minha casa desde a alta que recebi e nunca me confrontei com meus vizinhos”, diz ela sobre os responsáveis pelos cachorros, réus do processo, Davidson Ribeiro dos Santos, Ana Beatriz da Conceição Dantas e Kayky da Conceição Ribeiro dos Santos.
Roseana foi atacada pelos cães durante uma caminhada, em abril passado. No dia 24 de junho, ela tem a primeira consulta numa clínica de próteses no Rio, que possivelmente será doada pela Prefeitura de Saquarema. “Sonho com um braço azul”, diz ela.