Foto: Marcha da Maconha de anos anteriores, por Phill Whizzman
Com o slogan “Usuário não é criminoso”, a Marcha da Maconha, que sai há mais de 20 anos, acontece mais uma vez no domingo (19/05), às 16h20, no Jardim de Alah, Leblon. A data oficial das marchas no mundo todo acontece no primeiro sábado de maio, mas, segundo a organização, “cedemos nossa data para o show da Madonna, porque a cidade não comporta dois eventos dessa magnitude no mesmo dia”.
Desta vez, o foco dos manifestantes é contra a PEC 45, que tipifica como crime a posse ou porte de qualquer quantidade de droga ou entorpecente “sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. O STF retomou, em março, o julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal e deu 5 votos a 1 para a descriminalização somente do porte de maconha para uso pessoal, mas manteve a criminalização, ou seja, usuários ainda são alvos de inquérito policial e processos judiciais.
Foi criada uma camiseta (vendida a R$ 60) para ajudar exclusivamente a marcha, criada pela designer Flávia Soares. Nesta sexta (17/05), às 14h, os organizadores se encontram com especialistas na audiência pública “Usuário é criminoso? Debates para uma política democrática de drogas”, na Alerj. “A planta tem que ser desmistificada. Temos que discutir cada vez mais maconha e drogas em geral e pensar numa nova política que seja mais democrática. Lutamos por uma regulamentação mais ampla, que pode ser alcançada no cultivo doméstico. É o que os ativistas pedem, tanto para uso medicinal quanto para uso adulto, uma estratégia para enfraquecer o tráfico de drogas. A cannabis deve ser explorada de forma legal, responsável e produtiva”, diz Monique Prado, que faz parte da Marcha da Maconha do Rio e é assessora parlamentar da vereadora Luciana Boiteux (na área de Política de Drogas na Alerj) e debatedora/apresentadora do podcast “Maconhômetro Debate” do @cannabismonitor.
O calendário da Marcha só fecha na próxima sexta (24/05), quando eles participam de moção honrosa na Câmara dos Vereadores, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo antiproibicionismo no Rio e, logo depois, saem para comemorar na Banca do André, na Cinelândia.