Casey Ivanovich, pesquisadora da Universidade de Columbia, visitou, nessa segunda (06/05), o Centro de Operações Rio (COR), para analisar o desdobramento da onda de calor de novembro do ano passado e, assim, prever, de forma mais precisa, os eventos climáticos extremos e seus impactos.
Ela se encontrou com integrantes da equipe de meteorologia do COR e do CIE (Centro de Inteligência Epidemiológica) — sua pesquisa faz parte de uma contribuição ao projeto “Megacidades”, liderado pela professora brasileira Suzana Camargo, na Columbia desde 1999, para chamar a atenção para a discussão sobre a variabilidade climática e o aumento da umidade em determinadas regiões.
O trabalho também destaca a necessidade de as estratégias preverem, por exemplo, onde cairão as chuvas no Estado, ao mesmo tempo em que avalia a compreensão atual do Rio sobre a formação das ilhas de calor.
A gente sabe que os eventos climáticos extremos estão cada vez mais frequentes no Brasil e no mundo, resultado principalmente do aquecimento global, como a tragédia do Rio Grande do Sul. “Isso é o reflexo direto da pouca ou nenhuma atenção dada ao tema pela classe política. Alguém está surpreso? Eu, não! Muito provavelmente, depois dessa tragédia bíblica, tudo voltará ao ‘normal’; pelo menos, foi isso que aconteceu na região serrana do Rio, anos atrás. Destaca-se que, por lá, o número de mortos e desaparecidos foi muito maior do que no RS, por enquanto. Há de destacar também que a classe política deu e continua dando pouca atenção ao tema da manchete; isso porque também a sociedade, diretamente afetada, não sinaliza qualquer maior preocupação com o assunto. Não digam que falta dinheiro, pois, com uma das cargas tributárias mais altas do Universo, o que falta são prioridade e eficiência para onde e como usar o dinheiro. A Natureza responde à altura. Não há mais espaço para o ‘jeitinho brasileiro’ quando o tema é meio ambiente, sendo que continuaremos, ainda por muito tempo, colecionando tragédias”, diz o biólogo Mario Moscatelli .
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