A ABL promoveu uma conversa sobre o livro “JB – A invenção do maior jornal do Brasil”, nessa quinta (11/04), onde se leem as transformações no Jornal do Brasil, durante os anos 1950, quando era liderado por Odylo Costa Filho (1914-1979), que tomou posse como imortal em 1970. O papo teve coordenação do poeta Geraldo Carneiro, participação do escritor Mário Feijó — que, em certo momento, chorou e disse que, se não fosse pelo jornal, nem estaria ali, já que seus pais se conheceram na redação — e do jornalista Luiz Lobo, que trabalhou no JB e também se emocionou ao relembrar várias histórias. Segundo uma observadora na plateia, a família JB toca, atravessa a gente, tanto jornalistas quanto quem viveu a época”.
O livro, de Luiz Gutemberg, dando provas da grandiosidade desse jornal, é prefaciado por Muniz Sodré, com orelha de Celso Japiasssu, em 480 páginas e que pode ser lido quase individualmente, como uma crônica. Gutemberg e Odylo foram colegas de redação; embora tivessem duas décadas de diferença de idade, viraram amigos.
Entre os profissionais chamados carinhosamente de “Odylo’s boys”, estavam Carlos Leonam, Ferreira Gullar, José Rubem Fonseca, José Sarney, Wilson Figueiredo, Ziraldo, Marcos Sá Corrêa e assim vai. “Odylo foi um dos melhores seres humanos que conheci. Foi um dos maiores amigos que tive. Era um extraordinário poeta, tinha uma generosidade, uma bondade exemplar, uma cultura que abrangia todos os horizontes. Por sua mão, conheci Afonso Arinos e outros líderes da UDN. Era amigo de Manuel Bandeira, Drummond e dos maiores escritores brasileiros e portugueses (me aproximou deles). Ler a história desses dias é conhecer como é possível construir um conceito que influenciou profundamente o Brasil”, escreveu Sarney em sua coluna no “Imirante”.
O depoimento de Odylo encerra o livro: “A pouco e pouco, os quadros se organizaram. Depressa, depressa os focas (jornalista iniciante) amadureceram. Vocações literárias se afirmaram: quem ler o rodízio, no canto da página editorial, encontrará muito nome hoje famoso”.