Os nove sobrados amarelos que formam a Villa Aymoré, localizados na Ladeira da Glória, 26, foram construídos por Antônio Mendes Campos para servir de moradia a famílias de alto poder aquisitivo da época. Antes disso, o terreno era conhecido por abrigar a casa da Baronesa de Sorocaba (1792-1857). Historiadores contam que D. Pedro I, a caminho da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, visitava a casa da baronesa para encontros amorosos.
O nome Aymoré é uma homenagem à firma de importação de tecidos que pertenceu a um dos donos do terreno. Todas as casas também receberam nomes indígenas: Guarany, Tamoyo, Tupy, Juruna, Goytacaz, Kiriri, Carijó, Moema e Iracema (última a ser erguida em 1916). Com o passar dos anos, a desvalorização da região levou o lugar à decadência, culminando na demolição da mansão da baronesa, na década de 1970, e na deterioração de algumas casas que chegaram a ficar em ruínas. Em 2010, a Villa foi adquirida pela Landmark Properties, que bancou a restauração em parceria com o Instituto Rio Parrimônio da Humanidade. Em 2015, o local foi reinaugurado, servindo de sede para a edição carioca do CasaCor. Hoje, a Villa Aymoré pertence a ESPM, tendo seu espaço ocupado por alunos e funcionários de uma das melhores faculdades particulares do Brasil.
Logo na primeira construção, encontramos uma escultura feita numa ampla escada. A instalação do artista Henrique Oliveira, batizada de “Desnatureza 3”, é feita com madeira compensada, papelão e cola e dá a impressão de uma árvore saindo da escada. O prédio, no final da ladeira, com a fachada de cobogós brancos, foi inaugurado em 2015, no lugar da antiga residência da Baronesa de Sorocaba.
Visito a Villa uma vez por mês, no Tour Casas & Prédios Antigos da Glória (próximas datas no link da bio). Esse lindo conjunto arquitetônico também faz parte do livro “Rio-Casas & Prédios Antigos, Volume II”. As duas últimas fotos mostram a Villa antes do restauro.