Numa das edições do Baile da Arara (este ano, na Casa França-Brasil), que fez 10 anos neste carnaval, indagou-se ao empresário paulista Dinho Diniz o que ele estava achando: “É maravilhoso!”. Mas por quê? “Não sei dizer”. Como ele, outros ali não sabiam, nem interessava a resposta. Nesta década, nenhuma festa de carnaval desbancou essa, que já começa na vantagem de ser para convidados. Não existe ingresso vendido. Pessoas na maior parte conhecidas, montadíssimas, mas com atenção a mostrar alguma parte do corpinho entre o cóccix e o pescoço. Bonitas e gostosas (é preciso lembrar o prazer estético).
Num concurso de figurinos criativos, o artista plástico Vik Muniz poderia levar um estandarte: Cyrano de Bergerac, o espadachim de nariz grande e comprido, que se tornou um dos personagens literários mais famosos do mundo. O figurinista Felipe Veloso e o namorado, o modelo Leonardo Pesanuza, foram de vela em homenagem aos 10 anos, um de número 1 e ou outro, de 0.
Na pista, shows de Seu Jorge, Cordão do Bola Preta, Simone, DJ Gaspar Muniz, Flor e Roberta Sá. Além do vaivém de atrizes, praticamente a sociedade-fashion-brasileira foi vista pelos salões gelados, pra ninguém derreter a fantasia — nem a interna, nem a externa.