Na tarde desta sexta (02/02), muita gente jogou, nas águas mais ou menos calmas da praia do Arpoador, os maus pensamentos, molhou os pés, fez um desejo… Calculam-se 15 mil pessoas nas areias, todas pelo dia da Rainha do Mar, Iemanjá, na segunda edição da festa criada pelo produtor Marcos André, com cinco mil pessoas a mais do que em 2023 — está crescendo, tímida ainda, se comparado com a do Rio Vermelho, na Bahia, mas é uma evolução.
No Arpoador estiveram 120 mestres, entre líderes religiosos, artistas e filhos de santo, integrantes da rede de comunidades tradicionais que ele coordena em Madureira e em quilombos do estado. Oficialmente, vai até as 22h, mas o povo deve continuar pelas areias e quiosques da orla, depois dos rituais liderados pelo lendário Ogan Bangbala (Luiz Ângelo da Silva), que, com 104 anos, é o mais antigo do país em atividade e patrono do Dia de Iemanjá do Arpoador, além do Pai Dário do Ilê Onixegum, descendente da Casa Branca do Engenho Velho e jongueiro da Serrinha.
Por fim, mas sem ser o fim, os grupos Pedra do Arpoador Conservação e Bota pra Girar vão distribuir sacos de lixo ao público para recolher o lixo. Pra que oferenda? Não jogue: deseje saúde com um Odò Ìyá!
Enquanto isso, na região Central, acontecia a 48ª edição do tradicional “Presente a Iemanjá”, do Afoxé Filhos de Ghandi, num cortejo até a Praça Mauá. “A importância de louvar a Iemanjá é, para o Afoxé, a de louvar o início do ano. É a nossa primeira grande festa. É a nossa mãe, a nossa matriz”, disse Célio Oliveira, presidente do grupo. A comemoração foi de 9h até às 20h.