Quando eu era pequena, meus avós eram embaixadores na Dinamarca, em Copenhague. De lá, eles me enviaram um cartão-postal com a rainha usando um vestido azul, ao lado de seu marido e seus dois filhos pequenos, que tinham aproximadamente a minha idade. Fiquei com aquela imagem sempre na minha cabeça.
Anos mais tarde, antes do ano 2000, durante a época em que meu pai ainda residia em Brasília, um grande amigo, Paulo Uchoa, organizou um jantar em homenagem ao então Príncipe Frederik. Nesse jantar, tive a oportunidade de sentar ao lado dele e desenvolvemos uma amizade.
No dia seguinte, saímos com um grupo de amigos e passamos momentos incríveis juntos; nossa amizade era profunda e gostávamos de conversar.
Durante o terceiro dia de sua visita, ocorreu um jantar de gala no Itamaraty, onde meu pai sentou-se ao lado do príncipe e eu, à frente.
Depois da sua partida, mantivemos contato por e-mail. Dois anos depois, ele me convidou para a exposição de Albert Eckhout em Recife; as pinturas, feitas no Brasil, pertenciam à Dinamarca. A exposição em Recife foi muito agradável e ótimo o nosso reencontro. Depois de nos encontrarmos em Brasília, ele havia feito uma viagem transformadora de seis meses pela Groenlândia. Em Recife, conversamos bastante e saímos. Nessa época, ele já havia conhecido a Mary, e estavam juntos. Infelizmente, não tenho mais fotos desse encontro.
Com o tempo, perdemos contato devido ao hackeamento da minha conta de e-mail. Ele se casou, formando uma bela família. Com a recente abdicação de sua mãe, a Rainha Margrethe, a quem admiro profundamente por sua arte e talento, e de quem recebi um livro autografado, ele assumiu o trono. Minha mãe e a rainha compartilham a coincidência de terem nascido no mesmo dia e ano.
Desejo-lhe um reinado próspero e iluminado. Ele é um homem bom, sensível, com uma alma sábia.