Quinze anos separam a inauguração do Santa Teresa Hotel — MGallery e a chegada de Luanna Malheiros ao posto de chef titular do Térèze, restaurante por onde Amy Winehouse não passou (diz que ela só pediu pizza e sanduíche no quarto), mas que fez fama pela galeria de cozinheiros de prestígio: o francês Damien Montecer, o uruguaio Esteban Mateu, o argentino Pablo Ferreyra e o brasileiro Paulo Grobe, que deixou o legado cercado de brasilidades para Luanna, que ostenta seu primeiro menu assinado na casa, mesclando o que entende por culinária nacional e técnica francesa.
“O Térèze vem sendo o maior desafio da minha vida. Indescritível e surpreendente. Além de muito desafiador“, diz Luanna, dona de pratos que impressionam pela beleza, autenticidade e ousadia.
Logo de cara, um mimo: croquete de pato com aioli e laranja tostada. De entrada, chama atenção a cavaca grelhada com avocado, palha de alho-poró, balsâmico e concassê de tomate (R$ 82). Melhor que isso só o creme de milho defumado com queijo azul da Serra das Antas e ovo pochê (R$ 62). Meu companheiro de mesa e bom de garfo Alan Fragoso seguiu no magret de pato (R$ 145) com brulée de cebola, legumes orgânicos e molho de laranja (ela de novo!). Eu fui na dica da colega jornalista e food Lu Neiva, pescado (namorado) au poivre (R$ 130) regado no conhaque com aspargos. Uma hecatombe de sabores, cores, texturas que fariam Amy said “yes, yes, yes”.
Luanna é carioca de Laranjeiras. Atenta aos detalhes, galgou seu caminho no hotel em Santa Teresa, um casarão colonial que já foi uma fazenda de café, cheio de mobiliário e obras de arte, cercado de Mata Atlântica – o que logo chamou atenção da gerente Sophie Bárbara, francesa de origem espanhola que acumula mais de 20 anos de experiência em hotelaria de luxo. “Depois do Térèze e o menu da Luanna, é só relaxar em nosso refúgio carioca.”