Caetano Veloso teve um reencontro familiar em Guadalupe, Zona Norte, nessa terça (12/12), dia de Nossa Senhora de Guadalupe. O baiano, que morou ali por um ano, quando ainda era adolescente (13 aos 14, em 1956), voltou ao bairro para cantar na inauguração da Areninha Cultural Terra. Reencontrou primos distantes. “Passei dos 13 aos 14 anos em Guadalupe, mas não tinha esse nome — era Fundação da Casa Popular”. Ele até cita, na letra de “Meu Rio”, o verso “Guadalupe em mim é fundação”. Pessoas da minha família estão aqui hoje, na plateia”, disse ele, que cantou sucessos da turnê “Meu coco” para mais de 700 pessoas.
A casa onde Caetano viveu ainda está lá; nela, vivem as filhas dos primos com quem ele morou. Caetano disse, certa vez à “Revista Rio In”, que Lourdes Veloso Costa, sua prima, então enfermeira, foi quem o trouxe da Bahia para fazer exames médicos, porque ele sempre estava com inflamação nas amígdalas, muito magro, não dormia bem e ia muito mal no ginásio. “Eu ia passar só três meses de verão aqui, mas Inha (apelido de Lourdes) achou que eu precisava fazer mais exames e pediu a meus pais que me deixassem ficar todo o ano. Ela prometeu me matricular numa escola carioca, mas não conseguiu. Eu passava o tempo ouvindo rádio e lendo Monteiro Lobato. Ia ao Centro de trem (eu adorava!) ou de ônibus. Poucas vezes ia à Zona Sul; tomava mais banho de mar em Niterói, sobretudo no Saco de São Francisco. Conto muito disso em ‘Verdade Tropical’, que é, em parte, uma autobiografia”. Caetano nunca quis dar o próprio nome ao local, mas saiu de lá prometendo avaliar. O show, gratuito mas com doação de alimentos, juntou quase meia tonelada, a ser doada à Casa Geriátrica São Mateus, no mesmo bairro.
A Secretaria Municipal de Cultura do Rio (SMC) está transformando todas as suas lonas em areninhas para uma melhor experiência do público, como climatização, acessibilidade, acústica e maior proximidade com o artista.