A passagem do diretor do Festival de Cannes, Thierry Fremaux, pelo Rio, na tarde quente de sábado (02/12), no Estação Net Botafogo, é para ficar no coração dos 13 alunos do Instituto Desportivo e Cultural Haroldo Britto, na Rocinha, apoiado pela Clínica Jorge Jaber.
Publicado aqui, Thierry veio lançar o livro “Judoca” — ele é faixa preta de judô e fala sobre como esporte ajudou a formar a sua personalidade. Mesmo sem usar o tradicional quimono, o francês se empolgou e demonstrou alguns golpes com os professores Fernando Britto, Luiz Carlos Dias e Rafael Carino (coordenador de educação física da clínica) e do cineasta Cavi Borges, além dos alunos Kevin da Fonseca, 11 anos, e Isabela Lopes, 10. Ele também recebeu uma placa do presidente da Federação de Judô do Estado, Jucinei Costa. “No Festival de Cannes, não recebo prêmios, eu dou prêmios”, brincou. Depois disse aos atletas da Rocinha: “Minha história é a história de vocês. Tenho orgulho de saber que essa troca, no mundo complexo em que vivemos, é o que nos traz sentido porque vocês são o futuro”.
O judô e o cinema foram “criados” praticamente na mesma época, no fim do século 19, e no livro, ele cita cineastas como os japoneses Akira Kurosawa e Yasujirō Ozu, o português Manoel Cândido Pinto de Oliveira, o artista plástico francês Yves Klein e até o cantor Mick Jagger, que também fazia judô.