Para a arquiteta e museóloga Ruth Levy, ficaram ótimas lembranças da noite dessa quinta (30/11), pelo lançamento de “A casa da Lagoa — Arquitetura e história do cenário de vida de Eva Klabin”, exatamente nos salões da sede da Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, para mais de 300 convidados. O prefácio é do também arquiteto Lauro Cavalcanti, diretor da Casa Roberto Marinho, outro lugar com muitas histórias. Através de fotografias e documentos, a autora repassa momentos marcantes da construção de 1934 com boa parte da memória da cidade e da Lagoa, o bairro formado ao redor da Lagoa Rodrigo de Freitas, antes mesmo da abertura do Corte do Cantagalo. Foi ali que morou, por mais de 30 anos, a colecionadora Eva Klabin.
Circulavam por lá nomes que conhecem de cor tudo relativo à casa, como o jornalista Rafael Bokor, colaborador da coluna, fundador do @riocasaseprediosantigos, que falou um pouco sobre o prédio e também anunciou o “Tour Casas & Prédios Antigos da Lagoa”, que inclui, claro, a casa-museu, num passeio de mais ou menos 2h30, ainda sem data.
Mas já adiantamos uma história curiosa da casa criada pelo alemão Ricardo Wriedt, autor de outros importantes projetos no Rio, como os cinemas Odeon e Pathé, na Cinelândia: comprada por Eva nos anos 1950, correu o risco de desaparecer para dar lugar a um palacete, mas, na década seguinte, a dona começou a grande reforma que viria transformar o imóvel como o conhecemos hoje. “A história dessa casa desperta muito interesse e curiosidade. A ideia do livro é resgatar diferentes momentos, desde o contexto de sua construção, como uma das primeiras casas da Lagoa até o projeto de Eva nos anos 1960, para transformá-la no espaço ideal para a sua coleção”, diz Ruth, museóloga da casa há quase 30 anos.
“A linguagem fluida de Ruth Levy nos transporta à vinda da família Klabin para o Brasil e à trajetória de Eva no então Distrito Federal, a partir de seu casamento com Paulo Rapaport. Acompanhamos no livro a compra da casa, a insatisfação inicial com a pouca monumentalidade do ‘neogótico’ e as subsequentes tentativas de atingir um efeito palaciano até a decisão final de ampliar a casa sem alteração de estilo”, completa Lauro Cavalcanti.