A cantora cearense Lúcia Menezes, que mora no Rio desde 2002, mas sem perder o sotaque, lança seu sétimo álbum, “Até que alguém me faça coro pra cantar na rua” — verso de “Um chorinho”, de Chico Buarque —, nesta terça (28/11), no Teatro Brigitte Blair, em Copa.
O álbum, produzido por José Milton, com arranjos de Cristóvão Bastos e João Lyra, traz 13 faixas, entre sambas, choros, cirandas, ranchos, toadas e baiões, como “Quando a égua esfrega o bode”, composta pelo filho de Lucinha, o cordelista Eduardo de Menezes Macedo, músicas de Belchior — amigo da artista, que produziu seu primeiro álbum (1991) —, além de uma releitura de “E bateu-se a chapa”, sucesso na voz de Carmen Miranda, uma das artistas que ela mais admira. “Queria ter nascido naquela época e cantado com ela. Foi Carmen quem ensinou os brasileiros a cantar com ginga”, afirma.
O plano era lançar em 2020, mas veio a pandemia, Lucinha suspendeu os shows e passou a fazer lives semanais, que ela chamava de “O jardim perfumado da Lucinha”, cantando à capela. Em 2021, foi lançado nas plataformas digitais. “Fiz esse trabalho pensando em beleza, delicadeza, leveza, contra a brutalidade desses tempos difíceis. Cantaremos em coro dentro do teatro e depois podemos cantar na rua… Estou muito animada para retornar aos palcos, depois de tanto tempo e de tudo que passei (ela perdeu a mãe em janeiro de 2020, depois ficou um ano em tratamento contra um câncer na bexiga, hoje curado)”, diz ela.
Bem-humorada, ela fez uma listinha de pedidos a Santa Cecília, padroeira dos músicos: “Que o teatro fique lotado, que eu não me esqueça das letras, que eu desafine pouco, que meu vestido dê em mim (você sabe, eu engordei um pouquinho), que a plateia seja calorosa e peça bis!”.