Os passageiros do voo TP 72 (TAP), com partida do aeroporto Galeão Tom Jobim para Portugal, nessa quarta (22/11), ficaram em choque ao saber que o atraso era violência contra a mulher. A arquiteta Aline Amaral, que mora na Alemanha, estava de férias no Brasil – era uma das embarcadas. “Estava tudo certo, o avião já estava taxiando e, de repente, a tripulação toda saiu correndo para a parte da frente; deu pra ouvir gritos, gente se levantando, muita confusão. Foi quando o comandante pegou o rádio e falou que, por motivo de segurança, teria de aguardar e que as autoridades já tinham sido informadas”, conta Aline, perplexa.
Era uma briga de casal: a mulher foi agredida pelo marido, e a Polícia Federal foi chamada. “Os agentes entraram para tirá-lo, mas ele deu escândalo, ela estava chorando e também não queria ficar no Rio, porque tinha compromisso em Portugal na quinta (23/11), mas a polícia explicou que era preciso descer para fazer o registro da ocorrência e exame de corpo de delito. O atraso foi de quase duas horas (era para chegar 10h40 desta quinta e chegou meio-dia), e muita gente perdeu a conexão para outros países”.
Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), só em 2022, foram 585 casos de indisciplina de passageiros, sendo que as principais ocorrências são fumar no avião, atos de vandalismo e comportamento agressivo, mas caso de violência contra a própria mulher é novidade.
Quando a infração acontece antes do embarque, o passageiro pode ser impedido de entrar no avião, ou seguir viagem. Quanto aos passageiros, segundo a Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor, podem reclamar do atraso no voo, principalmente em casos daqueles que tiveram compromissos lesados.