O cineasta Estevão Ciavatta comemorou o seu “renascimento” com uma missa no Santuário do Cristo Redentor, nessa terça (21/11). Há 15 anos, ele sofreu um grave acidente ao cair de um cavalo. A queda o deixou temporariamente tetraplégico, mas, como num sonho, salvou-se.
Foi uma cerimônia inter-religiosa, com representantes do Budismo, como Tenzin Namdrol, monja e diretora do Centro Shiwa Lha FPMT; e do candomblé, como o pai Célio de Omulu. “Foi uma cerimônia em que chorei muitas vezes, unindo as fés. O que a gente precisa, cada vez mais, é de empatia, amor, compaixão. Aceitar as diferenças e aproveitá-las, porque aí é que está a nossa riqueza”, disse Ciavatta no discurso.
A atriz Regina Casé, sua mulher, também falou palavras amorosas, e os amigos Caetano Veloso e Xande de Pilares cantaram a música “Tá Escrito”. Entre os convidados, estava o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, um dos médicos de Ciavatta à época.
O cineasta vai transformar sua história, que considera um milagre, em documentário. Ele sofreu uma lesão na medula, similar à sofrida pelo ator Christopher Reeve, o Super-Homem do cinema, que ficou tetraplégico e morreu em 2004. Estêvão ficou uma semana na UTI, 10 dias no quarto do hospital e dois anos em uma cadeira de rodas; perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Começou cinco horas diárias de fisioterapia no processo de recuperação, e teve de volta, praticamente, todos os movimentos.