Depois do sucesso no Beco do Batman, em SP, em agosto, o “Graffiti #PraCegoVer” chega à Casa de Ciência da UFRJ, em Botafogo, a partir desta quinta (19/10). O projeto surgiu para que os deficientes visuais também pudessem ter a experiência de conhecer a arte urbana, com pinturas táticas, acompanhados de textos em braile detalhando as formas das imagens, as cores e dimensões. “A democratização e a inserção da arte para além do sentido visual, além de inclusiva, é transformadora do espaço público, uma vez que a arte manifesta a presença e os discursos de diversos agentes históricos”, diz Roberto Parisi, curador do projeto.
Para conseguir alinhar tudo, foram realizadas reuniões com produtores culturais, acadêmicos, engenheiros e artistas, entre eles, o israelense Roy Nachum e o francês The Blind, que incluíam textos em braile para complementar a imagem, ou descreviam o conteúdo em um segmento separado da imagem, mas sem a experiência com a obra de arte. “O ‘Graffiti #PraCegoVer’ busca não apenas inserir frases nos murais, mas também uma representação completa das obras de arte para cegos e pessoas com baixa visão. Nosso objetivo é divulgar a técnica por nós desenvolvida de aplicação tridimensional para graffiti”, explica Murillo Denardo, diretor artístico.
A coordenação do projeto é do artista paulista Subtu, criador do macaco japonês Yoko, que simboliza a luta por inclusão. “Serão três murais diferentes que se conectarão como uma história em quadrinhos; depois, os desenhos serão digitalizados e transformados em impressões 3D, que serão encaixadas e fixadas nos murais, formando três painéis distintos, mas autônomos, completando a história do projeto quando vistos e experimentados juntos”, diz Subtu, que vai pintar as placas com spray. A arte fica exposta até 19 de dezembro.