O biólogo Mario Moscatelli recebeu a imagem de um cachorro-do-mato (Cerdozyon thous) circulando pelos manguezais da Baixada de Jacarepaguá, na madrugada deste sábado (07/10). “É uma situação raríssima. Estamos avaliando a causa da presença da espécie, mas, no caso de os moradores da região encontrarem o animal, o deixem em paz”, avisa ele, afirmando que nunca viu a espécie em área de manguezal. “É um animal em processo de extinção por causa das queimadas, do desflorestamento e da ocupação humana de seus habitats. É classificado como espécie rara pela IUCN (1976)”, completa.
O cachorro-do-mato tem hábitos noturnos e uma vida solitária, se alimentando desde pequenos vertebrados até insetos, centopeias e frutos e não possui nenhum grau de ameaça ao ser humano, e ainda atuam como dispersores de sementes, contribuindo para a manutenção dos ecossistemas e recuperação de áreas degradadas. Segundo a Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica (EFMA), uma das únicas áreas na cidade onde é possível encontrá-los é no Parque Estadual da Pedra Branca, na Zona Oeste, que tem aproximadamente 12.500 hectares de extensão, ocupando cerca de 10% da área total da cidade.