Cem mil pessoas são esperadas na orla de Copacabana, neste domingo (17/09), para a 16ª edição da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, no Posto 5, das 10h até o fim da tarde. Além de líderes de diferentes religiões, apresentações de grupos culturais como Filhos de Gandhy, Regional do Biguá, Arca da Montanha Azul (holístico), Marcelo Vacite (União Cigana do Brasil, a cantora Marina Iris, Mestre Kotoquinho e o cantor Marquinhos de Oswaldo Cruz.
A caminhada é organizada pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), a única no mundo com representantes do candomblé, umbandistas, evangélicos, católicos, budistas, muçulmanos, judeus, wiccanos, hare krishnas, ciganos, mórmons etc. “Desde o início do projeto, uma pergunta sempre surge: quais as motivações para os ataques de intolerância contra as religiões de matrizes africanas? Não temos como dar uma resposta pronta, mas podemos pontuar que existe um silenciamento por parte dos órgãos de segurança pública de administrações municipal e estadual sobre os fatos. O Brasil não é um país laico”, diz o babalaô Ivanir dos Santos.
O evento, sem bandeiras políticas ou partidárias, surgiu em 2008, depois de episódios de intolerância religiosa no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, quando adeptos de religiões africanas foram expulsos da favela pelo traficante Fernandinho Guarabu, que os impedia de usar roupas típicas e acessórios. “Lá se vão 16 anos e, sem dúvida, houve progresso substancial. Mas será suficiente? Infelizmente, não. Todo dia surgem novos casos de agressões físicas ou verbais, depredações, profanação de locais sagrados. O número de casos quintuplicou ano passado e, neste, são notícias diárias, de norte a sul”, diz Diane Kuperman, da Associação Religiosa Israelita do Rio. A concentração é no Posto 5, com saída às 13h, seguindo até a Praça do Lido, com dois trios elétricos, uma tenda, banheiros químicos, posto de verificação de pressão arterial e toda a infraestrutura de um grande evento.