Desde que me entendo por gente, livros sempre fizeram parte da minha vida; aliás, da nossa vida — meus pais (Beth e Gabriel Szafir) liam muito pra nós quando éramos crianças. A minha irmã mais velha, Alexandra, tinha uma paixão incrível por livros. Eu lembro, ela me apresentou o primeiro livro da Agatha Christie e tantos outros, então isso sempre foi uma característica lá em casa, de todo mundo.
A partir daí, eu mesmo segui isso na minha vida, sempre lendo coisas diferentes, assuntos diferentes. Primeiro, a gente é obrigado a ler pela escola; depois, a ler pela faculdade, e eu tinha prazer. Eu era muito tímido, não saía, então os meus maiores hobbies eram ler e ver filmes, era o que eu gostava. Até os 18, 19 anos eu não botava o pé pra fora de casa.
Então, a partir daí, continuei a trabalhar com meu pai. A gente lia livros técnicos; na época, eu trabalhava com comércio, procurava livros relacionados ao tema, bastante livros de economia.
Depois de um tempo, virei ator; aí, a minha insegurança e meu medo fizeram com que eu procurasse ler os maiores autores sobre o assunto. Alguns são meus livros de cabeceira até hoje, porque a gente vai experimentando, vai melhorando, vai esquecendo algumas coisas.
Tive filhos e, para eles, foi a mesma coisa. Para a Sasha (sua filha com Xuxa Meneghel), até um pouco menos, mas sempre com leitura. Para os meus meninos (Davi, de 9 anos, e Micael, de 7, do casamento com Luhanna Melloni), leio praticamente toda noite. Durante a pandemia, teve um fato muito interessante: cheguei no quarto, depois de alguns meses, já lendo para eles. Aí, o Davi disse para o Micael: “Irmão, está na hora de desligar o celular e desligar o joguinho, porque é hora da leitura.”
A leitura, sem sombra de dúvida, desperta a imaginação e nos desenvolve como pessoas. Se você pegar qualquer economia de um país, verá que ela corre paralelo à qualidade de leitura.
Hoje, quem está à frente na leitura é a China: ela domina o mundo. Anos atrás, eram alguns países da Europa que estavam à frente; então não tem fórmula, é uma consequência. Aqui, no Brasil, a gente lê muito pouco, a gente lê cerca de 2,5 livros por ano, o que é muito pouco, é quase nada. Quando viajo pelo Brasil, vejo que, nas casas, principalmente nas escolas municipais, escolas públicas, quando você vai à casa de uma dessas pessoas, elas têm uma Bíblia — nós somos um país católico. E é isso.
A partir dessa observação, meu sonho é fazer com que a casa de cada brasileiro tenha uma biblioteca, mesmo que pequena, para o deleite, para o aprendizado e para o crescimento deles como pessoas.
Foi assim que nasceu o Instituto Formando Leitores (junto com a professora Martha Chaves, pesquisadora e autora de livros poéticos para crianças; e Sandro Lopes, presidente do Grupo LJS Educar), para inspirar as pessoas a se tornarem leitores e, por consequência, inspirar outros ao redor. Claro que no instituto também terá debates literários, vamos ter projetos, doações de livros, uma série de coisas. Nós estamos iniciando, a gente vai aprender muito durante o caminho, com o objetivo de fazer com que o brasileiro leia mais, formar leitores literários. Aí pode ter certeza de que vou ficar extremamente feliz.
Luciano Szafir é ator, empresário e apaixonado por livros (toda semana, também dá dicas de títulos diversos em suas redes). Agora decidiu usar sua figura pública para criar o Instituto Formando Leitores, em parceria com o Grupo LJS Educar (Santa Catarina), com lançamento na terça (05/09), a partir das 19h30, no CDesign Hotel, na Barra. Ele também estará com a ONG na Bienal do Livro, no Riocentro, na terça e quarta (05 e 06/09), respectivamente, no estande da Editora Melhoramentos e no da Estrela Cultural (para os horários certos, acesse aqui). A ONG pretende formar leitores em todo o País com a ajuda do Grupo LJS, que tem conhecimento na área da Educação, com palestras, na participação em feiras e eventos, no apoio a escritores e autores e na produção e divulgação de conteúdos literários.