Há 10 anos no Rio, o artista plástico Herbert de Paz, 31 anos, inaugurou a mostra “La Sangre Nunca Muere” (“O Sangue Nunca Morre”), com curadoria de Keyna Eleison, na Cassia Bomeny, em Ipanema. Herbert é de El Salvador, nascido depois da guerra civil, num território que continuou um dos mais violentos – ele foi assaltado sete vezes entre os 17 e 20 anos. Chegou por aqui aos 21 anos, começando a vida do zero e caindo direto no curso de Artes Visuais da UERJ. Trabalhou como garçom, recepcionista de hotel e depois começou com as mediações em exposições, principalmente no MAM, onde participou de diferentes momentos entre 2014 e 2019.
“Meu trabalho traz a memória do meu lugar de origem, um território indígena e afrodiaspórico da América Central, pensando (?) pontos que encontrei em comum com a história do Brasil e com os quais me identifiquei”, diz ele.
São oito telas da série “Expatriados”. Numa delas, o artista retrata amigos, por exemplo, Marcela Cantuária, com quem divide ateliê na Gamboa (ela usou o mesmo vestido com o qual foi retratada). Na mesma tela, estão Adriana Varejão e a artista trans Rafael BQueer. Tudo que vai para as telas de Herbert é reflexo afetivo da sua memória e do seu cotidiano.