“Quem Octávio Guinle aprovaria dessa lista de convidados?”, brincava um jornalista frequentador do Copacabana Palace, ao observar o vaivém na festa de 100 anos do hotel, referindo-se ao seu fundador. Octávio Guinle morreu em 1968 e, de lá do céu (supõe-se), deve estar muito feliz por ter criado algo tão importante para o Rio e para o Brasil, o mais representativo e simbólico de todos os hotéis do País. Alguns da família não foram convidados — é obrigação? Não, claro que não, só assim, por gentileza, já que o Copa pertence ao grupo francês LVMH Moët Hennessy desde 2018. Mas Guilhermina Guinle, neta de Octávio, poderia representar algumas gerações, digamos assim (veja a imagem).
Eram mais ou menos 400 para o jantar, em mesas com os nomes das praias cariocas (Copacabana, Recreio, São Conrado, Arpoador etc.), e em seguida, a festa para mais de 800; até o Filé Wellington deu as caras — essa paixão dos cariocas pelo velho Copa é tal, que um médico informou ao turista (tinha gente de vários estados, clientes, certamente) que era uma criação local. Não, receita inglesa, assado em uma crocante cobertura de massa folhada.
Dos apaixonados vivos, faltou o prefeito Eduardo Paes (em viagem); dos mortos, o jornalista Ricardo Boechat (conhecedor de cada detalhe, escreveu um livro sobre o Copa); dos ausentes, Paulo Jabur (fotógrafo oficial dos grandes momentos ali).
E teve show do Gil, mesa de doces do porto-riquenho Antonio Bachour e a torre de champanhe para o brinde coletivo. Um comentário foi ouvido: “Se até a década passada, o povo se produzia para ver e ser visto nos salões, hoje a produção é para milhares de seguidores nas redes”.
Veuve Clicquot sobrando significa língua cada vez mais solta, quase sempre a melhor parte das grandes noites. Fala-se de tudo: sempre sobre quem passa ali na frente, o figurino, o último romance, o casal desgastado que não separa pra não dividir a herança, as falências, as joias, a falta de noção, ou seja, a vida alheia porque, sobre a sua, já estão falando na mesa ao lado! Eis que surge, talvez, a mais linda da noite, e a observadora comenta: “Repara nos diamantes!”, ao que o marido responde: “É casada com advogado”. Rsrsrsrsrrs.
Não existia uma só flor na decoração — exatamente para a beleza do hotel aparecer, sobressair com toda a sua glória. O visual da festa foi assinado pelo diretor criativo Giovanni Bianco, que projetou nas paredes frases sobre o Rio, muitas delas conhecidas em músicas. E viva o Copa: 100 anos mantendo a qualidade!
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