A posse da nova imortal da ABL, Heloisa Buarque de Hollanda, será nesta sexta (28/07), a 10ª mulher na academia, ocupante da cadeira 30, substituta de Nélida Piñon, que morreu em 2022. Mais de 400 nomes já estão confirmados, e o “protocolo” será quebrado em vários níveis: terá grupo de samba e chorinho; Heloisa está convidando o pessoal das Ongs pelo seu Projeto Universidade das Quebradas, com a UFRJ (em que a professora aproximou o mundo acadêmico da periferia), e a ABL até liberou o figurino social (só não pode chinelo, bermuda e camiseta decotada).
O cineasta Lula Buarque de Hollanda, filho da imortal e sócio da Conspiração Filmes, vai finalizar o doc sobre a mãe no Petit Trianon – ele tem feito gravações há sete anos, incluindo o momento em que o seu nome foi anunciado para a cadeira. Sua última cena acontecerá na cerimônia. A ideia é mostrar a trajetória profissional e pública da escritora e também o seu lado pessoal de avó, que gosta de viver cercada pelos netos.
Heloisa diz que o texto que mais gostou de escrever na vida foi “A Roupa da Raquel — Um ensaio sem importância”, publicado em 1977, ano em que a escritora cearense Rachel de Queiroz se tornou a primeira mulher a entrar para a ABL, em 23 páginas, sobre o debate de como seria o fardão feminino — o dela, feito pelo figurinista Marcelo Pies, seguiu o modelo tradicional, mas, a seu pedido, o bolso falso foi transformado em verdadeiro.